14. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES

É importante que você saiba como a estrutura de textos e da comunicação oral é formada. É aqui que entram em campo, “frase”, “oração” e “período”, que são fatores constituintes de qualquer meio de comunicação, pois ela deve se compor de uma sequência lógica de ideias para que possa haver entendimento. Por isso, é importante saber o conceito de cada um deles. Então vamos lá!

I. FRASE: é todo enunciado dotado de significado. Em outras palavras, a frase se define pelo seu propósito comunicativo, isto é, pela sua capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada, seja na língua falada ou escrita. Ela pode ter verbos ou não, existindo, portanto, a frase nominal, quando não é constituída por verbo, e frase verbal, quando há presença de um verbo.

Ex: Que dia lindo!

Já na frase verbal há a presença do verbo.

Ex: Preciso de sua ajuda.

II. ORAÇÃO: é todo enunciado dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do verbo ou de uma locução verbal. Este verbo, por sua vez, pode estar explícito ou subentendido.

Ex: Os garotos adoram ir ao cinema e depois ao clube.

Podemos perceber a presença do sujeito e do predicado.

III. PERÍODO: é um enunciado que se constitui de uma ou mais orações. Um período pode ser classificado de duas maneiras, sendo:

A) Período Simples: formado por apenas uma oração, também denominada de oração absoluta.

As crianças BRINCAM no jardim.

“Brincam” é a oração que indica o que as crianças estão fazendo no jardim, o que já é o suficiente para entendermos a mensagem que se deseja passar.

B) Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.

O ônibus ainda não CHEGOU, mas não DEVE DEMORAR, pois já SÃO sete horas.

Os períodos compostos podem ser formados das seguintes maneiras: podem ser compostos por coordenação, compostos por subordinação, ou ainda compostos por coordenação e subordinação, simultaneamente. Vejamos:

B.1) Período Composto por Subordinação: são períodos que, sendo constituídos de duas ou mais orações, possuem sempre uma oração principal e pelo menos uma oração subordinada a ela.

Então, vamos defini-las: oração principal é a parte que contém a informação principal e aquela que se liga a qualquer oração subordinada, ou seja, é completada por uma oração subordinada, pois lhe falta uma função sintática. Já a oração subordinada, também chamada de “oração dependente”, é aquela que não vai formar um pensamento completo, fazendo com que o leitor ou ouvinte queira informações adicionais para concluir o pensamento (assim, desempenha alguma função sintática que falta na principal, completando-a). Existem três tipos de orações subordinadas:

- Substantivas: são aquelas que desempenham as funções sintáticas próprias do substantivo;

- Adjetivas: são aquelas que desempenham as funções próprias do adjetivo;

- Adverbiais: são aquelas que desempenham as funções próprias do advérbio.

Dadas as definições, observe o exemplo a seguir:

Como eu não fui ao parque...

A oração subordinada não pode estar sozinha, pois não fornece um pensamento completo. O leitor ficaria se perguntando: "Então, o que aconteceu?" (a menos que isso esteja subentendido). Agora, observe o próximo exemplo:

Aguardo que você chegue.

Nessa frase há duas orações: "Aguardo" e "que você chegue". A oração "que você chegue" está completando o sentido do verbo transitivo direto "aguardo". Sendo assim, a oração subordinada está sintaticamente vinculada à oração principal (dependente dela), podendo funcionar como termo essencial, integrante ou acessório da oração principal. Neste caso, exerce a função sintática do objeto direto, e é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

Então, podemos dizer que, de certo modo, em um período composto por subordinação, ambas as orações (principal e subordinada) em alguns casos são mutuamente dependentes, já que a oração principal não teria sentido sem o complemento (oração subordinada), bem como a oração subordinada também não teria sem ser concluída (ideia principal) – é claro que, principalmente na fala, se uma ou outra estiver subentendida, pode ser omitida.

B.2) Períodos Compostos por Coordenação: são os períodos que, possuindo duas ou mais orações, apresentam orações coordenadas entre si. Cada oração coordenada possui autonomia de sentido em relação às outras, e nenhuma delas funciona como termo da outra. As orações coordenadas, apesar de sua autonomia em relação às outras, complementam mutuamente seus sentidos. Veja o seguinte exemplo:

A Grécia seduzia-o, mas Roma dominava-o. (oração coordenada sindética adversativa)

Neste exemplo, temos duas orações independentes (de sentido completo em si): (1) A Grécia seduzia-o, e (2) Roma dominava-o, que são conectadas por meio da conjunção “mas”, dando um sentido de adversidade.

A conexão entre as orações coordenadas pode ou não ser realizadas através de conjunções coordenativas. Sendo vinculadas por conectivos ou conjunções coordenativas, as orações são coordenadas sindéticas. Não apresentando conjunções coordenativas, as orações são chamadas orações coordenadas assindéticas.

Chegou, falou, saiu.

Agora, vamos (re)ver alguns aspectos importantes da língua japonesa que nos auxiliarão a analisar e entender orações:

1. A FORMA TE

Como vimos, a forma TE basicamente conecta orações. Perceba que isso a torna muito versátil, porque pode transmitir significados diversos de acordo com o contexto (pelo menos na tradução para o português). Existem pelo menos quatro sentidos que ela pode ter:

I. De conjunção: une orações, descrevendo ações sequenciais:

魚を食べジュースを飲む。= Comer o peixe e beber o suco.

時間がありまし映画を見ました。= Houve tempo e (eu) assisti ao filme.

このケーキがおいしくきれいです。= Este bolo é gostoso e grande.

ジュースを飲まなくケーキを食べた。= Não bebeu o suco e comeu o bolo.

II. De causa: A forma TE pode expressar a causa da ação principal:

本を忘れ学校に行かなかった。= (Eu) não fui à escola, porque esqueci o livro.

友達がパーティーにこない。= Por causa da chuva, (meu) amigo não virá à festa.

Note que poderíamos traduzir estes dois exemplos como ações sequenciais e pressupor que estamos falando de causa e efeito. Isso faz sentido mesmo em português quando, por exemplo, dizemos: “Estou doente e não irei trabalhar.” (= Como estou doente, não irei trabalhar.). É tudo questão de contexto.

III. De advérbio: verbos na forma TE podem, por vezes, ser usados ​​como advérbios também. Nestes casos podemos considerar que eles explicam ou descrevem como a ação do verbo principal está sendo feita:

歩い行く。= Ir caminhando.

怒っ言う。= Dizer com raiva.

O importante aqui é considerarmos o contexto, pois como já mencionamos, o uso básico de forma TE consiste em unir sentenças. Sendo assim, poderíamos traduzir literalmente os exemplos acima como “Caminhar e ir” e “Ficar com raiva e dizer”, o que de certo modo pode ter o mesmo sentido.

Existe a forma contraída da forma TE negativa que se trata de  「ないで」  . Contudo, você não deve achar que ela funciona exatamente da mesma forma:

魚を食べなくて。≠ 魚を食べないで

Com a forma TE abreviada da negativa, se expressa explicitamente que a ação principal é executada sem alguma outra. Observe:

魚を食べないでジュースを飲んだ。= Bebeu o suco sem comer o peixe.

No tópico 7 mencionamos que atualmente, o auxiliar 「ず」 costuma ser usado somente em orações subordinadas. Sendo assim:

魚を食べ()ジュースを飲んだ。= Bebeu o suco sem comer o peixe.

IV. De reticência: a forma TE no final de uma oração pode indicar uma oração incompleta, muitas vezes transmitindo um ar reticente por parte do falante, isto é, uma hesitação em dizer expressamente o seu pensamento, em dar um parecer etc. Tal recurso é muito comum em canções:

魚を食べて。= Comer o peixe (e...) (oração incompleta e reticente).

2. A BASE RENTAIKEI

A Base Rentaikei é utilizada para conectar elementos invariáveis. Torna-se, assim, também muito versátil, pois tecnicamente podemos conectar a ela qualquer partícula ou substantivo, o que nos possibilita expressar muitas coisas. Por exemplo, podemos conectar o substantivo 「とき」(時), que significa “tempo”, a uma oração a fim de indicar o que acontece no “tempo” em que a oração é executada. Veja:

テレビを見るときに寿司を食べる。= Quando (eu) assisto TV, como sushi.

Com relação às partículas, embora seja gramaticalmente possível anexá-las à Base Rentaikei, tal recurso não é mais praticado na vida real, com exceção de algumas partículas. Entretanto, há algumas construções gramaticais antigas que ainda são usadas no Japonês Moderno que se tratam da nominalização “à moda antiga”, isto é, através da anexação de uma partícula à Base Rentaikei.

I. Nominalização no Japonês Clássico: 

学生は勉強する忘れた。= O estudante esqueceu-se de estudar.

II. Nominalização no Japonês Moderno: 

学生は勉強するを忘れた。= O estudante esqueceu-se de estudar.

学生は勉強することを忘れた。= O estudante esqueceu-se de estudar.

O recurso da nominalização também é muito poderoso. Podemos usar esse recurso com diversos verbos. Por exemplo, com o verbo 「ある」 indica-se que uma ação existe ou não:

宿題することはある。= (Eu) faço a lição de casa (Lit. Falando do ato de fazer lição de casa, (ele) existe).

Usando o tempo passado do verbo com 「こと」, você pode falar se um evento já ocorreu. Esta é essencialmente a única maneira que você pode dizer "já [verbo no passado]" em japonês, por isso, é uma expressão muito útil. Você precisa usar esta construção a qualquer momento quando você quiser saber se alguém já fez alguma coisa em tempos passados:

寿司を食べたことがある。= (Eu) já comi sushi (Lit. O evento em que (eu) comi sushi existe).

Aproveitando, podemos ainda fazer uma oração nominalizada por 「こと」 como objeto do verbo 「する」, através da partícula 「に」. Lembre-se que quando 「する」 tem seu objeto marcado por 「に」, normalmente tem significado de “decidir”:

寿司を食べることにした。= (Eu) decidi comer sushi (Lit. (Eu) decidi pelo ato de comer sushi).

Contudo, atente-se que esta construção é usada para expressar suas próprias decisões. Se você quiser indicar uma decisão que não é sua, deve usar o verbo 「なる」 no lugar de 「する」:

寿司を食べることになった。= Decidiram comer sushi (Lit. Tornou-se o ato de comer sushi).

3. PALAVRAS VARIÁVEIS

Algumas palavras variam quanto a sua natureza dependendo da forma como são usadas. Por exemplo, 「まあまあ」 pode significar "mais ou menos", como um advérbio, mas também pode ser usado como um Adjetivo-NA para significar o mesmo, ou ainda, como uma interjeição para significar "agora, agora".

Por conta da existência de palavras variáveis, não se surpreenda ao se deparar, por exemplo, com uma palavra que se comporta como um substantivo, mas que tem significado de advérbio. Veja o exemplo a seguir:

先生と相談のあげく、退学をしない。= (Depois de muita) consulta com o professor, (no final), (ele) não abandonará a escola.

Quem se deparasse com esse tipo de oração, pensaria que 「あげく」 é um substantivo. Contudo, veja como, embora ele se comporte como um substantivo dentro da oração, é na realidade um advérbio. Fique atento, pois existem muitas palavras variáveis no japonês.

4. FORMA VERBAL DE CONTEXTO

Há situações em que a forma gramatical de um verbo NÃO expressa seu sentido original, sendo a “verdadeira” forma verbal definida pelo contexto.

Não, você não leu errado! Chamaremos esse fenômeno de “Forma Verbal de Contexto” para fins meramente didáticos.

Por exemplo, quando dizemos “Em 2002, o Brasil VENCE a Copa do Mundo”, embora se diga “VENCE”, não estamos nos referindo a um fato presente, mas sim a um fato passado. Então, aqui pelo contexto, “VENCE” tem o mesmo valor de “VENCEU”. Para este caso, em português temos o que se chama de “Presente Histórico”. É usado para enfatizar, pois é como se o narrador voltasse ao momento dos acontecimentos e narrasse como se estivesse presenciando as cenas.

Quem já não ouviu “Tomou Doril, a dor sumiu”? Aqui se quer dizer algo como “Se tomar Doril, a dor sumirá”. Em outras palavras: usa-se a forma passada com valor de futuro.

Outro exemplo de forma verbal de contexto são os Dez Mandamentos (cf. Ex 20,2-17; Dt 5,6-21). Por exemplo, “Não furtarás”, ao pé da letra, significaria que é proibido furtar no futuro, apenas no futuro, o que abre a possibilidade de entender que o ato é perfeitamente aceitável no presente. Mas, na verdade, “não furtarás”, que é futuro, tem nesse caso o valor de imperativo e, como tal, indica que é proibido furtar em qualquer tempo.

Agora, observe as seguintes orações em japonês:

(1) 明日は日本に行った? = Irá ao Japão amanhã?

(2) ちょっと待った!= Espere um pouco!

Em (1), embora o verbo esteja na forma gramatical do passado, pelo contexto, deve ser interpretado como sendo futuro. Já em (2), o tempo passado funciona como se o verbo estivesse na forma imperativa.

Então, ao analisar a forma de um verbo não se esqueça de considerar que ela pode indicar tanto seu significado propriamente dito como um significado de contexto, decorrente do uso prático da língua. Tal recurso é relativamente comum em canções, poesias, etc.

5. RESQUÍCIOS DO JAPONÊS CLÁSSICO

Conforme for progredindo em seus estudos, você se deparará com construções ou usos de elementos conhecidos que geralmente não são abordados por livros convencionais. São resquícios do Japonês Clássico, que ainda vivem nos dias atuais, mesmo que raramente vistos na vida cotidiana.

Por exemplo, a nominalização à moda antiga que vimos no item 2 pode aparecer em algum momento. Outro exemplo é a partícula 「を」, que até mais ou menos o fim do Período Muromachi (1336–1573), tinha também a função de concessão, igual à 「のに」, que veremos no próximo tópico. Você também poderá encontra-la sendo usada desse jeito. Mais um exemplo é a Base Kateikei da cópula 「である」, isto é, 「であれ」, que ainda hoje pode ser usada por si só. Parece estranho, mas, se considerarmos a sua utilização clássica, não será difícil entendermos seu significado.

No Japonês Clássico, o sentido de concessão era frequentemente indicado pela base Izenkei (atual Kateikei), seguida comumente pelas partículas 「ど」 ou 「ども」:

行(ゆ)ど。= Embora (ele) vá.

Sendo assim, 「であれ」 é um desses sobreviventes do Japonês Clássico. Ela expressa concessão, tendo um sentido de “embora seja / apesar de ser / não importa que seja [X], algo acontece”:

社長であれ規則は守っている。= Embora seja o presidente da empresa, (ele) obedece às regras.

Daí vemos a grande importância de incluir o Japonês Clássico no estudo do Japonês. Você pode encontrar por aí construções e usos avançados que só serão entendidos satisfatoriamente se tiver conhecimento da língua em seus estágios antigos.

6. INVERSÃO DE ELEMENTOS E OMISSÃO DE PARTÍCULAS

Há um mito que ainda existe sobre a ordem das palavras numa oração em japonês e que continua a assombrar muitos estudantes iniciantes. Poderíamos dizer que a estrutura mais básica de uma sentença em português pode ser descrita como “[sujeito] + [verbo] + [objeto]”. Com relação à língua japonesa, muitos (até mesmo professores) dizem que esta ordem é invertida, isto é, “[sujeito] + [objeto] + [verbo]”. Contudo, em japonês, a ordem de uma sentença fundamental é apenas “[verbo]”. Qualquer coisa que venha antes do verbo não precisa estar em uma ordem específica e nada mais do que o verbo é necessário para se construir uma sentença completa.

Além disso, em se tratando da língua padrão, o verbo deve estar sempre no final. Claro que nada nos impede de construir uma sentença com “[objeto] + [sujeito] + [verbo]” ou apenas “[objeto] + [verbo]”. As seguintes construções estão todas completas e corretas, porque o verbo está no final da sentença:

私は公園で弁当を食べた

公園で私は弁当を食べた

弁当を私は公園で食べた

弁当を食べた

食べた

Não importa o lugar que uma palavra está na sentença, pois sua função gramatical é identificada pela partícula que a sucede. A partir disso, somos capazes de entender a grande importância que tem o uso correto das partículas.

Isso tudo podemos classificar como padrão na língua japonesa. Entretanto, conversas diárias costumam ser caóticas em qualquer idioma, e é comum que as pessoas digam a primeira coisa que vem em suas mentes sem pensar na sentença como um todo. Por isso, na linguagem casual, o padrão que vimos é quebrado. Por exemplo, se você quisesse perguntar “o que é feijoada?”, o modo normal seria 「フェジョアーダは何?」. Entretanto, se a primeira coisa que viesse a sua mente fosse "o que?", então seria mais natural dizer 「何」 primeiro. Porém, como 「何はフェジョアーダ?」 não faz nenhum sentido (é o “o que” a feijoada?), os japoneses simplesmente quebram a sentença em dois fragmentos, perguntando “o que” primeiro e clarificando em seguida a respeito de que estão falando (「フェジョアーダ」 neste caso). Por uma questão de conveniência, as palavras são aglomeradas no que parece ser uma sentença:

フェジョアーダは何?= O que é feijoada?

何フェジョアーダ?= O quê? Feijoada. (duas palavras aglomeradas em uma sentença)

Às vezes, a primeira coisa que vem a sua mente é o verbo principal. Mas se o verbo principal já saiu de sua boca, você terá o resto da frase sem um verbo para completar o pensamento. No japonês casual, é perfeitamente aceitável ter o verbo em primeiro lugar usando a mesma técnica que acabamos de ver, quebrando-se o que está sendo dito em duas sentenças. A segunda frase é incompleta, claro, mas esse tipo de coisa é comum na fala de qualquer idioma:

見た?映画?= (Você) viu? O filme?

食べた?アイス。= (Você) comeu? O sorvete?

Vimos que a partícula 「を」 foi omitida nos dois exemplos. De fato, embora as partículas desempenhem um papel crucial para que uma sentença tenha sentido, há algumas que são muitas vezes omitidas no japonês casual, sendo que as mais comuns de serem omitidas são 「は」, 「が」, 「を」 e 「に」. Isso realmente pode dificultar o estudante iniciante, mas lembre-se de que nessas horas o contexto e um senso de gramática são nossos fortes aliados e eles nos ajudarão a esclarecer o papel dos elementos dentro da sentença.

Observe agora a sentença abaixo:

無くした骨見つけた。= O cachorro encontrou o osso que perdeu.

A sentença acima é de fácil entendimento. Note que, mesmo se omitíssemos as partículas, ainda assim, ela seria compreensível:

犬無くした骨見つけた。= O cachorro encontrou o osso que perdeu.

Agora imagine se, com as partículas omitidas, ainda invertêssemos os elementos dessa oração, por exemplo, do seguinte modo:

見つけた犬無くした骨。=???

Sem um contexto, não somos capazes de indicar ao certo o sentido desta frase, pois não sabemos por onde ela deve começar, ou qual a função de cada elemento dentro dela. Por exemplo, será que 「見つけた」 está modificando o substantivo 「犬」, e esta construção pode ser traduzida como “o cachorro que (eu) encontrei perdeu o osso”? É uma possibilidade, mas será esse o sentido que o “autor” quis expressar? Veja como a ocorrência em conjunto da omissão de partículas e da inversão de elementos pode causar uma ambiguidade extrema. Apenas pra reforçar, observe agora o próximo trecho:

骨を見つけた犬。

É claro que o trecho acima pode ser entendido como “cachorro que encontrou o osso”, mas é importante que você considere outras possibilidades; tudo dependerá do contexto. Por exemplo, nada impediria que o entendêssemos como 「犬骨を見つけた」, isto é, “falando do cachorro, (ele) encontrou o osso”.

Infelizmente, a ocorrência em conjunto da omissão de partículas e da inversão de elementos não é rara. Particularmente, em músicas ela é extremamente comum. Isso é compreensível, uma vez que o compositor muitas vezes se vê obrigado a usar estes recursos para fazer rimas, encaixar a letra na melodia ou mesmo fazer as palavras soarem mais legais e/ou harmoniosas dentro do conjunto, algo que seria impossível de ser alcançado se ele seguisse os “padrões corretos” da língua. Sendo assim, com certeza, ao ler letras de música, você frequentemente se perguntará “Onde essa frase começa?”, “Qual a função de cada elemento desta parte e como ela deve ser traduzida?”. Enfim, um verdadeiro quebra-cabeça.

E como juntar as peças corretamente?

Como sempre, o contexto e conhecimento de gramática serão nossos maiores aliados. E mais: neste caso, entenda “contexto” como sendo também, além da letra como um todo, a melodia, a atmosfera da canção, o tom no qual as palavras são cantadas, os instrumentos usados ou mesmo a personalidade do cantor. Use seu conhecimento de gramática de forma criativa, isto é, enquanto estiver traduzindo a letra, use sua imaginação dentro dos limites gramaticais. Passemos a mais um exemplo:

「ふたり夕闇つつむこの窓辺。。。」= Nas proximidades desta janela, o crepúsculo (é o que) envolve nós dois.

Veja que neste pequeno trecho da famosa canção 「君といつまでも」 de Kayama Yuzo, os elementos não seguem o dito padrão [sujeito] [objeto] [verbo], mas podemos entender perfeitamente a sentença. A partícula 「を」 nos mostra qual é o objeto direto (ふたり) do verbo 「つつむ」, 「が」 especifica o que envolve os dois (夕闇) e 「に」 indica o alvo da ação, mais precisamente, o local (この窓辺) onde o crepúsculo envolve o casal. Que fique claro, entretanto, que estamos analisando esse trecho isoladamente apenas para fins didáticos, tentando demostrar o fenômeno de inversão de elementos. Em outras palavras, dentro do contexto geral, ele pode ser interpretado de outro modo, o que, neste momento, não vem ao caso. Vamos abordar isso no tópico 18.9.”

Primeiramente, vamos ver o trecho completo:

ふたりを夕闇がつつむこの窓辺に明日も素晴らしい幸せが来るだろう。

Será que 「この窓辺」 está na verdade sendo modificado pela oração 「ふたりを夕闇がつつむ」, e devemos traduzir esse trecho como “Nas proximidades desta janela em que o crepúsculo envolve nós dois”? Bem, isso faz sentido considerando o restante da frase, isto é, 「明日も素晴らしい 幸せが来るだろう」.

Já sabemos que 「だろう」 é usado para expressar alguma certeza sobre algo. Sendo assim, o segundo trecho da frase pode ser traduzido como “amanhã também uma maravilhosa felicidade virá certamente”.

Claro que nada impede de interpretarmos as duas partes de forma autônoma, como “Nas proximidades desta janela, o crepúsculo (é o que) envolve nós dois” e “Amanhã também uma maravilhosa felicidade virá certamente”, mas também é plausível pensar que provavelmente 「この窓辺」 esteja sendo modificado pela oração 「ふたりを夕闇がつつむ」 e seja o alvo do verbo 「来る」. Assim, teríamos:

ふたりを夕闇がつつむこの窓辺に明日も素晴らしい幸せが来るだろう。= Às proximidades desta janela em que o crepúsculo envolve nós dois, amanhã também uma maravilhosa felicidade virá certamente.”

Aliás, que tal fazermos um paralelo com a língua portuguesa disso tudo que acabamos de abordar? Assim, você notará que esse tipo de ambiguidade pode acontecer em qualquer idioma. Para tanto, responda sinceramente:

“Alguma vez você já parou para analisar a letra do Hino Nacional Brasileiro?”

Recomendamos que você leia o artigo “Entenda a letra do Hino Nacional” do blog “Português na Rede” (http://tinyurl.com/34h35f7). Particularmente, destacamos um trecho:

“O que complica mesmo na interpretação do Hino Nacional é o grande número de inversões”.

7. TOLERÂNCIA À AMBIGUIDADE

Diante do que foi exposto no item anterior, será que podemos afirmar que a língua japonesa é uma língua ambígua? O autor deste artigo em inglês faz uma reflexão interessante a respeito desse tema. Ele começa dizendo que para algumas pessoas, o japonês tem o rótulo de ser um idioma ambíguo. Outros, porém, negam isso fortemente, dizendo que o idioma pode expressar claramente qualquer coisa que o falante deseja.

Mais adiante, conta que sua amiga tradutora ao traduzir para o inglês instruções sobre o que fazer no caso de um terremoto no Japão, acrescentou vários detalhes específicos que não estavam presentes no japonês original. Então, os colegas japoneses dela ficaram um pouco surpresos e fizeram comentários como "os americanos gostam de ser muito específicos, não é mesmo?". E ela respondeu que saber exatamente o que fazer e como fazê-lo poderia salvar a vida de alguém.

Comenta o autor, então, que, mesmo em uma circunstância cuja especificidade é importante, tolerar um maior grau de ambiguidade faz parte da cultura japonesa.

Em outro trecho do artigo, o autor comenta que, conversando com uma amiga americana falante de japonês sobre a questão de assistir animês, ela lhe disse que desligar as legendas (japonesas) era em grande parte uma questão de confiança e tolerância à ambiguidade. Então, quando o autor disse a essa amiga que desenvolveria uma tolerância à ambiguidade, recebeu como resposta "os japoneses são mestres nisso".

O autor menciona algo que pode jogar uma luz para entendermos essa questão cultural. Diz que tanto para o budismo, como para o taoísmo, a função mais elevada da linguagem é nos dar "dicas" ou "indicações" para aquilo que nunca pode ser expresso em palavras. O Tao que pode ser falado não é o verdadeiro Tao. O koan zen não tenta colocar a verdade em palavras, mas abrir a mente para aquilo que está além das palavras. Assim também, não podemos descrever verdadeiramente a música ou o sabor dos alimentos, ou os sentimentos que a sakura desperta em nosso peito. Os sentimentos sutis que nos definem como seres espirituais não podem ser totalmente expressos em palavras, mas as palavras podem insinuá-los e evocá-los.

Com isso, podemos dizer que na língua japonesa há meios para expressar ideias com clareza, de forma específica. A questão é se a clareza, a especificidade é algo (sempre) desejado pelos falantes nativos. Parece que não. O Japão é uma sociedade orientada para o coletivo e que valoriza a harmonia. Como tal, os japoneses são bem conhecidos por serem indiretos, ambíguos e evitarem conflitos. Na cultura japonesa, a leitura da linguagem corporal e de pistas sutis – “ler a atmosfera” – é muito importante para sobreviver tanto em ambientes sociais quanto empresariais. No Japão, muitas vezes se espera que as pessoas compartilhem pontos de vista em comum à medida que se comunicam, o que torna possível o uso de frases curtas. Tal característica torna a língua japonesa mais difícil de entender para as pessoas que não estão familiarizadas com sua cultura, facilitando os mal-entendidos.

Vamos fazer uma analogia: se duas pessoas compartilham dos mesmos princípios e ideais, de certa forma elas se tornam “previsíveis” uma para a outra. Isso tende a gerar mais confiança, possibilitando que as duas partes sejam capazes de se entenderem através de pequenos gestos ou sentenças curtas e indiretas. Ora, facilmente percebemos que, por exemplo, se um chefe fica no pé de um funcionário dando ordens o tempo todo e nos mínimos detalhes é por que de certa forma ele não confia no funcionário. No fundo, o chefe acredita que que o funcionário não é capaz ou não faria o trabalho bem feito sem receber orientações o tempo todo. Como bem pontua Yuta Sensei:

“O japonês é uma língua de ‘muito contexto’, por isso, tentamos dizer as coisas da forma mais curta possível”

E, como encerra o autor a sua reflexão:

“Acho que tolerar a ambiguidade (da língua japonesa) vai fazer parte desse processo (de aprendizado)”

Ter essa tolerância à ambiguidade é muito importante, embora seja algo ao qual não estamos acostumados como falantes da língua portuguesa. É natural que um estudante iniciante queira encontrar, em outras línguas, a mesma clareza que se busca ter em português, contudo, isso é um perigo! Ao se deparar com tantas ambiguidades, esse estudante ficará confuso ou pior: desistirá de aprender o idioma! Por exemplo, quantos são os que começam a estudar um idioma traduzindo letras de músicas? Ora, é de se esperar que essa tendência à ambiguidade apareça nas mais variadas formas de expressão. No caso de músicas não poderia ser diferente. Aliás, provavelmente é onde se encontram mais ambiguidades!! Procure a tradução de uma música “X” em mais de uma fonte e certamente verá diferenças.

Por isso, se você ainda não desenvolveu a tolerância a uma saudável ambiguidade, aconselhamos não procurar letras de músicas para traduzir.

8. LEI DO MENOR ESFORÇO

Este é um fenômeno comum a todos os idiomas. Como nativos estão tão acostumados com sua língua materna, acabam padronizando instintivamente certas abreviações para fazer a fala ficar mais fluída. Veja como em português costumamos pronunciar “está” como “” simplesmente, “estou”, como “tou” e tantos outros exemplos que poderiam ser citados. Este, aliás, é um dos fatores que mais dificulta o aprendizado de uma segunda língua (mais detalhes no tópico 18).

Como não poderia ser diferente, em japonês também há “abreviações padronizadas” pelos nativos. Apresentaremos alguns exemplos:

~ては → ~ちゃ

~では → ~じゃ

~れは → ~りゃ

9. COLOCAÇÃO

Podemos dizer que é possível estabelecer uma relação de equivalência entre palavras de nossa língua materna e uma de língua estrangeira (gato = cat, em inglês). Até aqui, tudo parece muito simples e óbvio, mas infelizmente não é. Isso por que, para nos comunicarmos, seja para expressar ações, estados ou mesmo alguns conceitos, precisamos relacionar as palavras umas com as outras. E é aqui que começa a complicação, pois a maneira como elas são relacionadas para expressar uma mesma ideia (e quais palavras são usadas) pode variar de idioma para idioma.

Para facilitar, vamos tomar o inglês como exemplo, tendo em mente que o princípio vale para qualquer idioma. Imagine um estudante iniciante de inglês; se perguntássemos a ele como se diz “batata frita” ele provavelmente diria “fried potato”, afinal “fried” significa “frito” e “potato”, batata. Na realidade, o que ele fez aqui foi considerar a maneira como o conceito “batata frita” foi pensando em português (juntando-se o adjetivo “frito” com “batata”) e procurar termos equivalentes em inglês. Entretanto, ele está errado, por que “batata frita” em inglês é “french fries”, que literalmente significa “fritas francesas”. Veja como, a maneira que os ingleses pensaram “batata frita” foi diferente da nossa (provavelmente consideraram sua origem), mas o conceito é o mesmo.

E como mencionamos, isso não se restringe a conceitos, mas também na maneira de relacionar as palavras entre si (e quais palavras usar) para expressar ações ou estados. Por exemplo, esse mesmo estudante iniciante de inglês provavelmente querendo dizer “Eu uso perfume todos os dias.”, diria “I use perfume everyday”, quando o correto é “I wear perfume everyday” (Eu visto perfume todos os dias). Novamente, palavras diferentes para a mesma ideia.

É aqui que queremos chegar e falar sobre algo que em linguística é chamado de “colocação”, que é a combinação de duas ou mais palavras que são geralmente usadas juntas; é uma combinação que soa natural para o falante nativo e que não tem exatamente uma explicação lógica para quem não é nativo. Por exemplo, em português falamos “tomar água” e “tomar banho”. Dizemos também “beber água”, e porque então não dizemos “beber banho”? Não faria sentido, certo?

Para se tornar fluente em qualquer idioma, você precisa saber quais palavras devem ser usadas juntas com as outras. Aprender a combinação correta das palavras vai ajudá-lo a parecer mais natural na hora de falar. Como mencionamos, é muito comum aos estudantes tentar traduzir diretamente da sua língua mãe para a língua estrangeira, e o resultado muitas vezes soa estranho, pois não combinam as palavras corretamente. Logicamente algumas combinações de palavras podem até não estarem erradas e serão entendidas pelos falantes nativos, porém não são as mais frequentemente usadas.

Aliás, a maneira que os japoneses usam as palavras para expressar algumas ideias pode parecer bem estranha para nós ocidentais (citamos alguns exemplos nos itens seguintes), mas não se desespere! Colocação é algo que só se aprende “vivendo o idioma”. Por isso, leia, leia, leia e depois leia um pouco mais! Ouça, ouça, ouça e depois ouça um pouco mais! Ao aprender uma nova palavra, procure pela internet orações de exemplo e observe as palavras que aparecem juntas. Use um dicionário monolíngue e sempre leia além da definição, pois bons dicionários sempre trazem as colocações das palavras. Além disso, é extremamente importante procurar interagir com falantes nativos (e melhor ainda, ter um amigo nativo) para que você tenha alguém que possa lhe mostrar o padrão que soa natural para expressar alguma ideia, bem como para corrigi-lo em caso de erro. O aprendizado de qualquer idioma envolve tentativa, acerto e em caso de erro, correção. Por isso não tenha receio de errar!

10. A (DUPLA) NEGATIVA

Vimos que “colocação” se refere a quais palavras são usadas e de que maneira elas são relacionadas para expressar uma ideia. Já sabemos também que isso varia de idioma para idioma.

Ter isso em mente é importantíssimo, pois os japoneses, estranhamente, gostam muito de usar a forma (dupla) negativa para expressar ideias. Tal aspecto pode causar confusão no entendimento das orações, pois não usamos esse recurso (pelo menos não com tanta frequência) como os nipônicos. Observe o exemplo a seguir:

行かざるをえない。= (Eu) terei que ir.

Nesta pequena construção temos os seguintes elementos:

I. Base Rentaikei (nominalização à moda antiga);

II. Resquício do Japonês Clássico (「ざる」 é a Base Rentaikei do conjunto Zari do auxiliar de negação 「ず」);

III. Dupla Negativa (「行かざる」 e 「ない」, forma negativa do verbo 「える」 (得る), que significa "obter”).

Depois dessa análise, perceba que se traduzirmos o exemplo literalmente, teremos “(Eu) não obterei (a ação de) não ir”, ou seja, “(Eu) terei que ir”.

11. ELEMENTO INTRUSO

Outra maneira um tanto estranha de os japoneses expressarem as coisas é usando o que chamaremos para fins meramente didáticos de “elemento intruso”, isto é, um elemento que aparentemente não tem nenhum sentido dentro da oração. Isso também pode causar uma verdadeira CHATEAÇÃO! Dentre esses elementos intrusos, 「という (e variantes) é o campeão. Veja o exemplo a seguir:

彼は子供だからといってここで遊ない。= Ele é uma criança, por isso, não brincará aqui.

Para entender as várias aparições de 「という」 é preciso ter sempre em mente o quão genérico 「という」 pode ser dependendo do contexto. Em muitas dessas construções avançadas pode-se dizer que o falante apenas quer destacar ou explicar. No exemplo dado, 「といって」 serve apenas para dar ênfase ao motivo. Note que o uso desses elementos intrusos pode ser decorrente do estado do falante. No caso aqui, o destaque é por conta de desaprovação.

E podemos estender essa afirmação para todos os outros elementos intrusos, isto é, sua presença não é questão propriamente de significado, mas de intenção do falante (destacar ou explicar algo). Veja as partes destacadas nos exemplos a seguir:

勉強しているところ。= (Eu) estou estudando (ênfase na ação que ocorre).

雨が降るときている眠気を感じる。= Como está chovendo, (eu) me sinto sonolento.

O interessante é que elementos intrusos podem ser mesmo qualquer coisa. Veja as orações abaixo:

1. 怖いのなんのって。= É extremamente assustador.

2. あの映画は怖い怖くないって。= Aquele filme é extremamente assustador.

Na oração (1) temos 「なんの」(何の), cujo significado é “que tipo”. Aqui ele é usado como termo genérico para repetir a estrutura da primeira parte, isto é, 「怖いの」, indicando que o falante não pode sequer dizer o quão assustador é algo, porque "assustador" não é suficiente para descrever a situação. Já o 「って」 é usado também de forma genérica apenas para fortalecer o sentimento do falante sobre o que ele diz. Veja que os dois elementos citados servem apenas para dar ênfase. Já na oração (2) temos a repetição de termos, fato relativamente comum no japonês para indicar ênfase.

12. A VERSATILIDADE DO VERBO 「する」

O verbo 「する」, como já sabemos, pode significar muitas coisas além de “fazer” e, por isso, é usado em muitas colocações.

Gramáticos têm tentado decifrá-lo ao longo do tempo e, muito embora seja possível traçar semelhanças com o verbo 「ある」 em muitas utilizações, bem é verdade que seus sentidos foram se alargando com o uso prático da língua, fazendo com que esses mesmos estudiosos afirmassem que o recomendável a se fazer com o verbo 「する」 é analisa-lo dentro do conjunto. Sendo assim, como regra geral:

I. Você poderá se deparar com 「する」 com o significado “fazer” simplesmente;

II. Você poderá se deparar com 「する」 fazendo a função de uma cópula (já que existem registros dele sendo usado de forma semelhante ao verbo 「ある」). Esse uso é arcaico e normalmente aparece como 「とする」;

III. Você poderá se deparar com 「する」 tendo um significado diferente do exposto nos dois itens anteriores.