18. DIALETOS

Segundo o Dicionário Aulete, “dialeto” é uma “variante de uma língua restrita a uma comunidade inserida em uma comunidade maior de mesma língua”. Ao contrário do que alguns possam imaginar, no Japão há dezenas de dialetos e o que conhecemos como “língua japonesa” na verdade é o japonês como é falado em Tóquio, conhecido como “Japonês Padrão”. Observe a imagem a seguir:

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Há algumas diferenças quanto à classificação dos dialetos, sendo as mais comuns a divisão em três grupos (dialetos do Leste, dialetos do Oeste e dialetos de Kyushuu) e a de dois grupos, na qual os dialetos de Kyushuu são considerados uma subclasse dos dialetos do Oeste. Essa grande variedade se deve a natureza montanhosa e a história de exclusão tanto interna como externa do país.

Atualmente, o Japonês Padrão se espalha por todo o país por causa de fatores como educação, televisão, concentração urbana, causando uma diminuição na relevância dos dialetos regionais. No entanto, os dialetos regionais ainda não foram completamente substituídos pelo Japonês Padrão. A propagação do Japonês Padrão faz com que os dialetos regionais passem a ser vistos com nostalgia, como identidade local preciosa, e muitos moradores têm gradualmente superado o sentimento de inferioridade com relação aos seus dialetos. O contato dos dialetos regionais com o Japonês Padrão faz florescer um novo modo regional de falar entre os jovens, como o japonês de Okinawa ou mesmo faz surgir novas expressões, fenômeno comum em todas as línguas. Vejamos alguns dos principais dialetos, bem como algumas características próprias de cada um deles.

DIALETO KANSAI: historicamente, o dialeto de Kansai desempenhou um papel importante no desenvolvimento gramatical e linguístico japonês, porque por um milênio a capital do Japão esteve localizada nesta região: primeiro em Nara no século 8 e, em seguida, em Quioto (final do século 8 até meados do século 19). As características do dialeto de Kansai variam conforme a cidade, e o número de expressões é incrivelmente enorme. Vejamos algumas características:

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Também, há particularidades na gramática. Vejamos algumas:

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DIALETO DE QUIOTO: tecnicamente, as pessoas de Quioto falam o dialeto Kansai, e o dialeto de Quioto pode ser considerado uma variante dele. Neste dialeto, a fala é um pouco diferente e para a maioria dos japoneses, é considerado bonito e elegante, especialmente quando falado por mulheres. Eles usam expressões mais formais e terminações verbais que são, na verdade, reminiscências de uma antiga forma de japonês. Este dialeto está gradualmente diminuindo, exceto no mundo das gueixas, que atribui grande importância à herança dos costumes tradicionais. Vejamos algumas particularidades:image

DIALETO DE TOHOKU: o dialeto de Tohoku é tão difícil de entender que, mesmo um japonês nativo, precisa do auxílio de legendas quando um habitante de Tohoku está na TV. E para que você fique realmente motivado, não há apenas um dialeto de Tohoku, mas cerca de uma dúzia de diferentes versões do mesmo dialeto falado em toda a região. Vejamos algumas particularidades:

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A LÍNGUA DE OKINAWA: Okinawa fazia parte de um reino independente, o reino Ryukyu. Por isso, desenvolveu uma cultura própria e até uma língua própria, o “uchinaguchi” e parte de sua história é diferenciada do resto do Japão. É comum encontrar japoneses que mesmo hoje, não consideram Okinawa como sendo parte do Japão. Desde 1945, a escrita do uchinaguchi foi revivida com o uso de sistemas de escrita baseado no alfabeto latino ou o silabário Katakana concebido por estudiosos japoneses e americanos. Não há atualmente nenhuma maneira padronizada de escrever o idioma. Algumas pessoas preferem escrever com Hiragana e Kanji. Vejamos algumas palavras e expressões:

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