A escrita japonesa possui quatro formas de expressão: O Kana, formado por dois conjuntos de fonemas – Hiragana e Katakana (que juntos formam o silabário japonês), o Kanji, ou ideogramas chineses e o Roomaji, que é a forma de se representar os sons da língua japonesa através das letras do nosso alfabeto romano.
Com relação ao Kana, o Hiragana é usado para se escrever palavras japonesas e o Katakana, palavras estrangeiras. Vejamos:Perceba que ambos possuem os mesmos sons, sendo que o que os diferencia é a forma dos fonemas. Também, diferentemente do português, em que se segue o padrão de vogais “A – E – I – O – U”, no japonês é “A -I -U -E – O”. Com relação à pronúncia e traçado, assista aos vídeos nos links abaixo:
A. PRONÚNCIA DOS FONEMAS: https://tinyurl.com/y4srvdh;
B: TRAÇADO DO KATAKANA: https://tinyurl.com/y42s5899;
C. TRAÇADO DO HIRAGANA: https://tinyurl.com/y22q9t6n.
Ao observar o quadro, também é possível ter uma ideia de como o Roomaji funciona. Por exemplo, “cachorro” em japonês é 「いぬ」, que em Roomaji ficaria “INU”. Como regra, essa palavra não poderia ser escrita em Katakana, isto é, 「イヌ」, por se tratar de uma palavra japonesa.
Bom, até aqui nada complicado, não é mesmo? Contudo você deve estar se perguntando, com razão, como representar, por exemplo, o som “DA” se no quadro só tem o som “TA”?
Na escrita japonesa existem sinais que podemos colocar nos fonemas, afim de obter variações. Podemos colocar um pequeno círculo ou umas aspas do lado superior direito de alguns fonemas. Observe: Portanto, para obter o som “DA”, simplesmente colocamos aspas no canto superior direito do fonema “TA”. Se quisermos, por exemplo, o som “BA” basta colocar as aspas no som “HA” e se queremos o som “PA”, simplesmente colocamos um pequeno círculo no fonema “HA”.
Aumentamos o nosso repertório de sons possíveis, mas ainda não acabou. Isso por que ainda é possível também combinar alguns fonemas de terminados em “I” colocando do seu lado direito um pequeno 「や」, 「ゆ」 ou 「よ」. Veja: Vamos a um exemplo prático com base no que vimos até aqui. Como escrever em japonês o nome “Nelson”?
Primeiramente, precisamos saber se “Nelson” é um nome japonês ou estrangeiro, afim de usar o conjunto Kana correto. “Nelson” é um nome estrangeiro, portanto, usaremos o Katakana. O próximo passo é observar quais fonemas do Katakana serão usados: A dúvida aqui é em relação ao “L” solitário, pois não existe som equivalente em japonês. Quando isso acontecer precisaremos transformá-lo em um fonema japonês existente mais próximo. Nesses casos, utiliza-se o recurso da adição de som de vogal, podendo ser “U” ou “O”, dependendo do caso. Como regra geral:
1) VOGAL + CONSOANTE (+ U). Sendo assim: O “L” solitário ficaria “LU”, entretanto, como também não existe som “LU” na língua japonesa, usaremos “RU” por ser o mais próximo.
2) CONSOANTE (+ O) + CONSOANTE. No caso do nome “Leandro”, tem-se a sílaba “DRO”, na qual temos consoante e consoante. Assim: 3) CONSOANTE (+ U) + CONSOANTE – No começo da palavra;
4) CONSOANTE (+ O) – No final da palavra. Tenha em mente que a representação de sons e palavras estrangeiras será sempre uma aproximação, portanto, haverá “formas convencionadas”, isto é, formas que caíram na preferência dos falantes. Veja que no exemplo acima, não se coloca o “U” para o trecho “– MAR – “, preferindo-se o alongamento da vogal “A” por meio do sinal “ー” (no Hiragana, esse alongamento é obtido através da colocação da mesma vogal presente no fonema – 「さあ」– SAA). Na representação de palavras inglesas há muitas formas convencionadas como o “TH” que normalmente vira “S”: 「サンキュー」= Thank you.
Já que o Katakana é usado para se escrever palavras de origem estrangeira, como representar sons com a letra “V”, por exemplo? Há duas possibilidades: transformar o “V” em “B” ou usar a letra “U” com as aspas em conjunto com a vogal desejada. Observe a tabela abaixo com os sons adicionais possíveis: Há ainda o pequeno 「つ」que tem como principal finalidade representar uma pausa antes da pronuncia do fonema que o sucede. Na pratica, é basicamente a pausa que se faz “já com a língua no céu da boca” antes de seguir para uma nova sílaba. Dividiremos pronúncia de 「さっか」 em tempos para que você entenda melhor como funciona essa pequena pausa:
「さ」 – 1º tempo;
「っ」 – 2º tempo: “comece” a pronunciar o próximo fonema e então faça uma
pequena pausa “já com a língua no céu da boca”;
「か」 – 3º tempo: “termine” de pronunciar o fonema que segue o 「つ」 pequeno.
Na transcrição para o Roomaji, o pequeno 「つ」é representado pela duplicação da consoante da sílaba que o precede – por isso também é conhecido como “consoante germinada”. Sendo assim, 「さっか」 deve ser romanizado “SAKKA” e não “satsuka” ou “saka”, pois o fonema que precede o pequeno 「つ」é “KA”, logo, a consoante “K” será duplicada.
Com relação à ordem alfabética, observe o quadro abaixo:
Cada som do Kana é pronunciado com igual duração em relação aos outros. Esse sistema de som faz com que a pronúncia dos fonemas seja clara e sem nenhuma ambiguidade. No entanto, a simplicidade dos sons individualmente não significa que a pronúncia de palavras seja simples. Isso por que na língua japonesa há o que é conhecido como “acento tonal”, ou seja, dentro de uma palavra, as silabas podem ser acentuadas (altas) ou não-acentuadas (baixas).
Esse aspecto é crucial na língua falada, porque palavras com o mesmo Kana podem ser distinguidas pelos acentos tonais diferentes. Seguir um padrão de entonação, especialmente o do japonês padrão, é considerado essencial em trabalhos como o de radiodifusão, embora seja difícil traçar regras quanto ao acento tonal das palavras. Talvez o melhor a se fazer é aprender isso por meio da exposição ao idioma ou consultar dicionários especializados como o “Shin Meikai Nihongo Akusento Jiten” ou ferramentas disponíveis na internet como o “OJAD-Online Japanese Accent Dictionary”, que pode ser uma ferramenta útil no quesito acento tonal:
Também, o “JapanDict” disponibiliza no campo “Reading” o acento para a palavra consultada:
Além disso, costuma-se apontar duas dicas:
➩ As duas primeiras sílabas de uma palavra devem ter entonações diferentes;
➩ Uma vez que a entonação se torna baixa, assim ela se mantém.